quinta-feira, 12 de abril de 2012

Na Mão Grande


Assunto cada vez mais recorrente.

O roubo de bicicletas.

Hoje em dia as bikes chamam um pouco mais de atenção do que esta aí em cima

Não qualquer bicicleta. Bicicletas com uso altamente específico, restrito. Bikes de competição, de triathlon, de ciclismo de estrada.


Incrível Trek-Y no final dos anos 90
Há algum tempo, quem andava de bike de ciclismo (inclui-se contrarrelógio, triathlon e afins) até que podia se sentir um pouco menos “alvo”, afinal o apelo de mountain bikes como a incrível Trek Y era inegavelmente maior.

Porém hoje em dia, bikes que eram vistas somente em velódromos em provas de Jogos Olímpicos, estão nas ruas e, antes que alguém diga que o responsável por informar aos ladrões o preço da nossa diversão somos nós mesmos, volto ao meu post de alguns dias atrás, quando disse que há cerca de 20 anos, quem queria assistir a filmes de surf, tinha que ir ao auditório da FGV nas noites de terças feiras ou então acompanhar revistas tipo Surfer´s Magazine que chegavam com meses de atraso e torcer para que o que era lido naquelas páginas, algum dia chegasse a alguma surf shop tupiniquim. 

Hoje é só entrar no YouTube, Google, etc...

A informação é instantânea e universal.

Boboca (pra ter o mesmo comportamento infantil) de quem acha que a USP vai estar coalhada de ladrões no próximo sábado porque eu disse aqui o preço da bicicleta que quero comprar.

Cervélo P3 2012
Há poucos dias, roubaram uma bike de um conhecido atleta e técnico de triathlon aqui em Sampa, o Wagner Spadotto, perto do parque do Ibirapuera à noite (vacilo!?!?!?!?!?!?). Uma P3 branca 2012, com número de quadro: SNP3C10H00080.

Um alerta: não existe milagre. Bikes de competição vendidas no mercado livre (ou afins) por 2000 reais (ou perto disso) é produto de roubo. NÃO ALIMENTE ESTE MERCADO. Denuncie!

Antigamente sabia-se de casos de bikes roubadas. Hoje a bike roubada é do seu amigo, do seu treinador.

Não por acaso, seguros que antes custavam 300 reais, 600 reais nomáximo, hoje estão na casa dos 1500 reais. Quase o mesmo que o seguro de carros, cujas coberturas vão além do roubo.

O que fazer?

Abrir mão do lazer? Do esporte?

Quem cobrar?

Até agora, o que eu escrevi serviu pra introduzir uma outra discussão que acho muito válida.

Em uma conversa exatamente sobre seguro para bikes no facebook esta semana, um amigo cotou a cobertura de uma P3 com rodas Zipp. 1500 reais.

Perguntei a ele o motivo de incluir as rodas (ok...custam o valor de uma bicicleta....eu sei o motivo), já que são usadas em ocasiões “especiais”, normalmente em provas e nestas ele estava coberto pela tática do cardume de sardinha. Peixes maiores podem atacar, mas no meio de milhares de peixes menores, as chances de ser devorado são reduzidas.

Depois fiquei pensando.

Muito se fala nas organizações das provas por aqui. Falta água, falta isso, falta aquilo.

E SEGURANÇA?

Alguém já reivindicou SEGURANÇA?

O Internacional de Santos tem um longo trecho de estrada. Algumas pessoas que largam nas últimas baterias chegam a pedalar sozinhas por trechos “suspeitos”. Acredito que já ouvi alguns relatos de ameaças das inúmeras crianças e adolescentes que ficam às margens pedindo caramanholas, mas AINDA nunca ouvi falar em fato consumado.

O Ironman Brasil são duas voltas de 90 km. Noventa. É uma distância considerável para alguém ficar de olho em algum atleta que se veja sozinho em determinado ponto.

Será que os organizadores já pensaram nisso?

Entendo que uma organização de prova não é imune à falhas. Existem muitas e quase todas evitáveis. Falta de água, falta de atendimento médico rápido e eficiente, falta de stafes preparados, falta de árbitros preparados, falha de sinalização de percurso, percursos mal dimensionados.

Raramente essas falhas vão afetar atletas de elite ou atletas amadores de ponta. Muitas vezes nem ficam sabendo dos problemas que os vencedores que chegam mais tarde são obrigados a passar.

Mas a segurança afeta a todos indiscriminadamente.

Será que vão esperar “dar merda”?

Eu não conheço ninguém que organiza provas, mas acho que alguém que lê isso aqui deve conhecer.

Se você conhece ou conhece alguém que conhece, será que não vale começar a cobrar? Ou pelo menos discutir o assunto e trazer isso ao consumidor deste produto. O atleta de elite não é consumidor de provas de triathlon. Eles são pagos pra isso. Nós amadores pagamos caro pela nossa diversão: bikes, academias, assessorias, viagens, materiais esportivos diversos, inscrições cada vez mais caras.

Merecemos respeito.


Nenhum comentário:

Postar um comentário