sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Triathlon, dá uma licencinha por favor


Direita? Esquerda?

De quem?

Quem é esquerda? Quem é direita? E tem o centro? O centro simpático à esquerda? Neoliberais, etc...etc...etc.

Esse conceito de direita e esquerda começou a ser usado na política em 1791, quando da criação da Assembleia Legislativa francesa, após o início da Revolução Francesa (1789), que derrubou o reinado absolutista de Luis XVI.

Nesta Assembleia, os Jacobinos, representantes do proletariado e da pequena e média burguesia, sentavam-se à esquerda e os Girondinos, representantes da alta burguesia, à direita.

Era somente uma questão física. De espaço. Todos eles tinham um ponto em comum: eram contra a monarquia absolutista. Por uma lado, Girondinos defendiam posições moderadas que visavam manter as conquistas e preservar o poder econômico. De outro, os Jacobinos mais radicais em defesa dos seus interesses.

Com o tempo, os termos começaram a ser associados a ideologias. 

E hoje?

Vamos lembrar alguns fatos dos últimos 16 anos, pelo menos:

Vivemos em uma democracia. Desde 1989 nós votamos (novamente) para presidente.

É uma democracia corrupta, mas é uma democracia consolidada!

Falei que ia falar dos últimos 16 anos (ou um pouco mais), porque aí essa história fica mais interessante.

Elegemos um presidente que apesar de filho de militar, autoexilou-se no Chile e na França durante anos, com o início da ditadura militar. Em 1968 voltou ao país e começou a dar aula de Ciências Políticas na USP. No mesmo ano foi afastado de suas funções acadêmicas por força de um Decreto-lei. 

De esquerda.

Fundou um partido com outros políticos na mesma situação: ex exilados que foram perseguidos pela ditadura. O mesmo partido que neste ano foi reclassificado como centro-direita por uma pesquisadora americana, Frances Hagopian.


Seu governo teve como aliado o PFL (hoje Democratas), um partido que antes foi o PDS e mais antes ainda foi Arena, que sustentou a ditadura militar.

De direita.

Mas o melhor ainda estava pra acontecer.

Em 2002, O Lula foi eleito, consagrando definitivamente a democracia. Operário e sindicalista. Eleito e aclamado pelo povo. 

Líder de um partido de esquerda.

Aliou-se ao PMDB. O resto de um partido (e de políticos), depois da criação do PSDB. Um partido sem muito rumo, sem muita definição. 

Em 2010, uma ex-guerrilheira fichada pela polícia, presa e torturada nos porões da ditadura, foi eleita. Mais esquerda, impossível.

Tem aliados no PMDB, PCdoB entre outros. Nomes que vão caindo como dominó vitimas de denúncias de corrupção.

Ideologias caem diante da ideologia do poder.

O PCdoB não tinha comunistas que comiam criancinhas? Que iam colocar flagelados pra morar na sua casa se chegassem ao poder? Hoje eles se associam a bandidos que tiram dinheiro de organizações que deveriam incentivar  esporte. Que deveriam dar uma esperança de um futuro longe do crime.

Mas o que importa é estar no poder. Sai o "João"...entra o outro "João", desde que os partidos não percam a "boquinha".

Onde eu quero chegar com isso?

Na minha modesta opinião apartidária, há algum tempo não existe mais direita ou esquerda pelo exato motivo que eu acabei de dizer. Acabou a ideologia. Todos nós temos posições hoje que se aproximam tanto da esquerda, como da direita. Acabaram-se os "puristas". 

Para eles, os políticos, o que importa é o poder e mamar na teta do governo, às nossas custas.

E esses babacas na USP (estudantes marionetes e lideres desse movimento estudantil débil e sem causa) estão fazendo o quê? 

Querem a USP como ilha dentro da cidade. Querem território livre para quê? Para livre ação de traficantes?

No passado fazia sentido não se querer a PM lá dentro. Mas hoje?

O estopim da ocupação foi a prisão de três maconheiros vagabundos. Durante muito tempo, a própria Ruth Cardoso lutou contra a descriminalização. Não conseguiu. Portanto é crime portar e usar a maconha. E pra ser sincero, cansa muito o papo de maconheiro dizendo que é natural, etc, etc. É droga. Causa dependência física. É porta de entrada pra outras drogas. É crime. Tem um texto ótimo sobre isso (link aqui).

Mas drogas não é assunto do post. Na minha opinião tinha que ser tratado como assunto de saúde pública. 

A PM tem sim que entrar na USP. Apesar dos estudantes acharem que lá é um território exclusivo deles (somos chamados de comunidade externa), lá dentro eles devem obedecer às mesmas leis deste "mundo externo". Fazem passeata por segurança quando um estudante é assassinado? Então aceitem a proteção do Estado. 

Sejam coerentes.

E por favor, façam a barba e tomem um banho.

Amanhã eu quero treinar. Bando de babacas!






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